QUANDO A UNIÃO PODE FAZER MAIS DO QUE APENAS A FORÇA

Grupo atual do Palmeiras dá mostras de que amizade e respeito prevalecem. E isso já é meio caminho andado.

O futebol tem algumas verdades. Uma delas diz que enquanto há vitórias, há um excelente ambiente de trabalho. Daí que analisar, agora, o clima que existe no Palmeiras pode ser algo pouco profundo, já que em 2014 estamos invictos e, melhor ainda, jogando quase sempre um bom futebol. Desta forma, não há como ter problemas no elenco, certo?

Errado. O timaço de 1993/1994, campeão de quase tudo o que disputou, era um poço de serpentes, uma mais disposta a matar a outra na primeira oportunidade. Os títulos, o dinheiro, a glória… Nada disso foi capaz de tornar aqueles colegas de trabalho verdadeiros amigos, tanto é que, até hoje, um até fala com o outro, mas nem longe a amizade prevaleceu entre eles.

Por isso, confesso, estou otimista em relação a este Palmeiras. Todos nós sabemos o time titular que Kleina tem em mente, e se todos nós sabemos é claro que os jogadores também sabem se fazem ou não parte dele. Por exemplo: será que Mazinho sonha em continuar titular assim que Bruno César tiver condições de jogo? E Wendel, será que não sabe que, a partir do momento em que o clube contratar outro lateral-direito, ele voltará ao banco?

França, Mendieta, Diogo: reservas. Sem problemas.

Pois é… Mas isso não fez com que ambos se desestimulassem. E o mesmo se aplica, claro, a outros atletas, tanto titulares quanto reservas. França, por exemplo: jogou bem em todas as oportunidades – e nos poucos minutos – que teve, marcou um golaço e, no jogo seguinte, foi quietinho se sentar ao lado do treinador. Vinícius, até outro dia xodó do técnico, nem à concentração tem sido convocado. E, até agora, não ouvi uma única palavra destes atletas em tom de reclamação.

A união do grupo, porém, vai ainda mais além. Dentro do campo, jogadores cumprem funções completamente distintas às suas, apenas para contribuir, para jogar pelo time. Mazinho (olha ele aí de novo…), Alan Kardec, Wesley, Marcelo Oliveira, Serginho. Todos estes já atuaram em posições que não são as suas ou cumpriram ordens táticas que, em outros clubes, lhes soariam absurdas. E o fizeram com um enorme sorriso no rosto. Outro caso: no clássico com o são Paulo/SP, Diogo perdeu uma bola na grande área, correu o campo todo e, já na linha de fundo, impediu o cruzamento de Álvaro Pereira. Detalhes: isso aconteceu aos 44 minutos do segundo tempo, já vencíamos por 2 a 0 e ele não se vangloriou – ao contrário, pediu desculpas a todos os companheiros.

Gílson Kleina tem uma enorme responsabilidade nisso. Informações obtidas por este jornalista, no começo desta semana, com importante nome de nossa CT afirmaram que todos os jogadores, sem exceção, o adoram. A forma sempre respeitosa com a qual trata os comandados e a transparência que usa no momento de escalar titulares e reservas são os pontos mais elogiados, mas a simplicidade do treinador, ainda longe de ser um “top”, também cativa a todos.

Claro que, quando e se uma ou mais derrotas acontecerem, é que veremos, de fato, até que ponto esta união estará fincada em perfeito alicerce. Mas que o que vimos até agora nos enche de esperanças, isso é inegável.

Tomara que, neste caso, as aparências não nos enganem.

11 Responses to QUANDO A UNIÃO PODE FAZER MAIS DO QUE APENAS A FORÇA

  1. Marcio
    Com a contratação de mais 2 volantes, você acredita que existe negociação em curso sobre a venda do Wesley?

    • Márcio Trevisan

      Oi, Jair.

      Parece-me que o Palmeiras já se prepara para isso. Não há outra explicação para tanto volante.

      Abs.

  2. Qualquer ambiente de trabalho fica melhor se houver um bom relacionamento entre comando e comandados!
    A boa fase do Palmeiras estampa isso, mas como vc comentou, e na época nem percebi, o time de 93(seleção dos nossos sonhos na época), não era unido, e veja conquistou muitos títulos!
    O q nós torcedores esperamos é esta fase continue, com harmonia e companheirismo dentro do time, mesmo q não seja a fórmula pra ser campeão com certeza estamos no caminho! Quando a gente trabalha num local o qual amamos os colegas e a empresa nos esforçamos pra dar nosso melhor!
    Dentro do Palmeiras não seria diferente!
    Sem esquecer da forma como são remunerados, quanto mais produzir, mais eles ganham, eu trabalho assim, quanto mais eu vender, mais eu ganho, por isso sempre dou o meu melhor!
    Palmeiras estaria ao seu lado em qualquer situação, perdendo ou ganhando, terás sempre a minha PAIXÃO!!!

  3. Marcio, quanto a seu texto nada a acrescentar, concordo com tudo. O unico contra ponto é quanto ao Gilson Kleina. Os jogadores o adoram porque ele faz média para pousar de bonzinho para o grupo. Como vai se sentir o Eguren que é jogador de seleção, vai disputar a copa no Brasil é 3º colocado mundial, como vai se sentir vendo o Marcelo Oliveira que não serviu nem pro SCCP e Cruzeiro? E o Mendieta vendo o Felipe Menezes e Mazinho jogando e ele no banco? E os bons garotos da base que sequer tiveram chances cono o Patrik Vieira, Bruno Oliveira e ainda por cima veem o seus tambem bons colegas João Denone e Luis Gustavo emprestados? O Gilson Kleina ainda continuo achando que não é o técnico para o Palmeiras.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Marcos.

      Fui bem claro quando da renovação de Kleina: em minha opinião, ela não deveria ter acontecido.

      O que disse nesta matéria é o que apurei: os caras adoram o boa gente. Isso é fato.

      Abs.

  4. PALESTRINO NATO

    NO DOMINGO? PRÁ CIMA DELES VERDÃO …

  5. Que tudo isso não seja só pela produtividade, mas se for, que ganhem algo. Avanti Palestra

  6. Ricardo Santo André

    Prezado Márcio e demais amigos Palestrinos
    Não seria isso também um sub-produto da atual política de remuneração adotada pela atual gestão? Pois se o Palmeiras ganha, triunfa, é campeão, todos jogadores são recompensados. Se não jogam, não ganham. Precisam portanto, sempre contribuir para o sucesso do Palestra. Além disso, há jogadores em nosso elenco que têm boa cabeça, tais como Prass, Kardec, talvez o Lúcio, além do fato do Kleina ter ido bem até agora como o novo elenco.
    Excetuando-se o negócio nebuloso com o Barcos e a falta do patrocínio Master, essa diretoria tem ido muito bem, sobretudo se levarmos em conta a penúria financeira e técnica que Paulo Nobre herdou. Parabéns Nobre!
    Grande abraço e viva o Palestra!
    Ricardo

    • Márcio Trevisan

      Oi, Ricardo.

      Vc tem razão: a política salarial adotada influencia, sim, nesta situação.

      Abs.

  7. Confio,pois os jogadores que ai estao a maior parte abriram maos de outras propostas e aceitaram contrato de produtividade em que se o palmeiras ganha todos ganham, mas pra mim admiro jogadores tipo Alan kardec, Bruno Cesar e Marcelo oliveira que demonstram vontade e orgulho de vestir o nosso manto, e sei q ha outros tbem e uns tres que nem tanto assim,nao perceberam o privilegio que estao tendo… apenas negocios… mas vamos nessa verdao

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>