RAÇA É IMPRESCINDÍVEL. MAS SÓ ELA NÃO BASTA.

TIMES LIMITADOS TÊM, MESMO, QUE COMER GRAMA. PORÉM, CHEGA O MOMENTO EM QUE O TALENTO SEMPRE PREVALECE. 

As três mais recentes e seguidas vitórias do Palmeiras tornaram-se motivo de muita alegria para todos nós. Afinal, além de não acontecerem havia mais de 6 meses – desde 02/10/2012, para ser mais exato –, foram resultado de um time aplicado ao extremo, que conseguiu superar sua pouca qualidade técnica com uma raça e uma vontade de vencer elogiáveis e impressionantes. 

Muitos dos torcedores, entre os quais, admito, parte de mim se inclui, chegaram até mesmo a pensar que, enfim, o Verdão encontrou a forma de jogar e até expressaram tal pensamento com frases que beiraram o ufanismo. Algumas delas, por sinal, podem ser lidas aqui mesmo, nesta página. E que fique bem claro: nada há de errado em se ser otimista, por sinal uma das características que melhor definem o palmeirense. 

O PALMEIRAS PRECISA QUE VALDIVIA VOLTE A SORRIR

Jogar com raça, entregar-se na disputa de cada bola como se ela valesse a conquista de uma Copa do Mundo, comer grama e suar sangue, se preciso for, são qualidades inerentes a quase toda equipe campeã. Raros são os exemplos de times que levantaram o caneco sem que entrassem em campo tais artifícios – de momento, por sinal, me lembro de apenas de 3 times no Brasil: o Santos de Pelé e as Academias de Ademir da Guia. 

Mas o detalhe é que o futebol não costuma ser sempre tão benevolente com quem coloca o talento, mesmo que contra a vontade, em segundo plano. E os  exemplos acima – o Rei e o Divino – provam isso. Chega um momento em que será exigido, também, que o postulante a maiores objetivos mostre um quê a mais, um algo que o diferencie da grande maioria. E esse “quê”, esse “algo”, meus amigos, tem um nome muito simples: talento. 

Obviamente, vários de vocês que neste momento me honram com a leitura desta crônica pensam no time “deles”, que até um Mundial Interclubes faturou sem ter, de fato, um único craque em seu time. Ou mesmo o tal do Once Caldas, que já ganhou a Libertadores ainda que fosse, e continue a ser, um zero à esquerda no cenário futebolístico mundial. É verdade, isso de fato aconteceu, mas também é verdade que provavelmente jamais voltará a acontecer. Foram durante dois cochilos dos deus da bola que, ao tirarem uma soneca fora de hora, permitiram que tais abortos da natureza vilipendiassem a magnitude do futebol bem jogado. 

Então, que desçamos todos nós do salto alto em que subimos nos últimos dias, que humildemente reconheçamos que nosso time melhorou, sim, mas que ainda está longe de ser o que merecemos e, principalmente, que torçamos para que esta raça, esta vontade de vencer a qualquer custo permaneçam mas possam ser acompanhadas, daqui pra frente e pelo maior tempo possível, por pelo menos uma nesga de talento.

No caso do Palmeiras, ela atende exclusivamente por um único nome: Valdivia. 

14 Responses to RAÇA É IMPRESCINDÍVEL. MAS SÓ ELA NÃO BASTA.

  1. bom dia marcio excelente visao,pois raça,luta e determinaçao sempre tem que existi em todos os times,mas a qualidade conta muito pois essa é o diferencial num momento dificil do jogo,jogadores talentosos metem medo nos adversarios e resolvem a partida.estamos jogando bem ganhamos mas precisamos do talento do valdivia e urgente de um atacante matador ai sim realmente estaremos convictos da melhora do time RAÇA+QUALIDADE=VITORIAS E CONSEQUENTIMENTE TITULOS. abraços a todos!!!!!!!!!!!!

  2. Júnior Colletti

    Bom dia Márcio!

    Ao ler a convocação e a possível escalação dos jogadores para o embate de hoje, pela primeira vez, em anos, não fiquei com aquela sensação de que sofreremos ao assistir ao jogo. Será que ando otimista demais? Bom, a resposta vem às 21hr30 de hoje, rs!

    Apesar de 07 volantes de origem e mais 04 zagueiros, tenho confiado muito no trabalho do Kleina. Só acho que não deveria expor as suas táticas, como marcar o trio do lado direito do Libertad. E, também, pelas circunstâncias de hoje, não acho que seria um time retrancado com 03 zagueiros, com M. Oliveira na esquerda, haja vista a qualidade do Henrique em sair jogando e ser o elemento surpresa que vem sendo. Ponto para o Kleina.

    Quanto a esta crônica, também concordo que só raça não basta. Mas, estou contente com o futebol apresentado, como não ficava desde 2009, e isso não é acaso. Basta a diretoria pagar os caras em dia. E penso que temos mais um talento no time, que é o Leandro.

    Ah, e quanto à situação contratual do Souza, hein? O que você pensa a respeito?

    Sei que você anda com os dois pés atrás com Brunoro e Nobre, mas, a forma que eles estão conduzindo essas negociações anda me deixando tranquilo. Chega do clube ser refém da vontade desses jogadores! O Palmeiras acabou ou entrou em crise com a saída do Barcos? Não! E não é pelo Souza que isso acontecerá. J. Denoni, aprimorando alguns fundamentos, será muito melhor do que ele.

    Só fico ressintido pela perda do B. Sabiá e da iminência da saída do D. Souza. De repente, são milhões perdidos, o que não é mais o caso do Souza. Enfim, o cara pra jogar aqui tem que gostar e vestir a camisa.

    Vamos à vitória!

    Abraço!

    • Márcio Trevisan

      Oi, Colletti.

      Jamais aceitarei a forma como o negócio com o Grêmio/RS aconteceu, mesmo que em algumas partidas o resultado e o futebol nos agradem.

      Quanto ao Souza, é muito simples: se quer ficar, fique; se não quer, a porta da rua é serventia da casa.

      Por fim, o caso de Sabiá e talvez de Diego: esses moleques nem bem jogaram no time de cima e querem pedir luvas, salários altos… Podem ir embora.

      Abs.

  3. Estou gostando do palmeiras atual. ainda tah longe e bota longe nisso de ser uma equipe entrosada forte e talentosa. mais a raça demostrada em campo é inegavel. e isso me dah esperanças de dias melhores. Marcio vc acha que dah para o verdao ir longe na libertadores??

    • Márcio Trevisan

      Oi, Renan.

      Sinceramente? Vai depender muito de contra quem jogarmos e, também, se poderemos ou não decidir no Pacaembu.

      Porém, o mais importante é jogar com vontade e, se vier a derrota, mostrar a todos que perdemos o jogo, mas não a dignidade.

      Abs.

  4. Pobre Palmeiras. Virou refém de um jogador ( Valdívia ) que com certeza seria banco nos dois principais rivais. E olhe lá se não fosse cortado até do banco.
    Esse jogador virou uma maldição no Palmeiras e só vão perceber o mal que ele é para o time quando ele sair, assim como foi com o Barcos !!

  5. Márcio se depender do talento seremos campeões fácil! O Juninho talento, o Caio talento, o Souza talento, o Mauricio Ramos talento, o Wesley talento e por aí vai. Abraços.

  6. Márcio, gostei do post. Mas se tivermos que esperar O Valdívia, prefiro que o momento do talento prevalecer demore o máximo possível.

  7. Confiar no Valdivia?
    Prefiro confiar no Papai Noel!

    • Márcio Trevisan

      Jair: entendo sua posição e, de certa forma, Valdivia já deu vários motivos para que ela esteja correta.

      Só acho que a qualidade técnica dele é indiscutível, pois ele realmente é bom de bola. E acho que de copo também.

      Abs.

  8. Caro Márcio,
    Seu raciocínio é corretíssimo quanto á necessidade do talento. São inegáveis as vantagens obtidas com uma equipe talentosa.
    Infelizmente, o torcedor brasileiro ficou mal acostumado, especialmente o palmeirense que sempre viu equipes acima da média, que levaram o clube à condição de campeão do século.
    Entretanto, conforme escrevi no tópico anterior, é preciso adotar uma referência para classificar uma equipe como limitada.
    Na referência do fraco futebol de hoje, TODOS os times brasileiros são limitados, incluindo o que mais empolga no momento, o Atlético MG.
    Aquele outro time não é base de análise e todos sabem porque!
    Basta que o Atlético deixe de pagar em dia que tudo muda. Um time cujos jogadores de maior expressão esgotaram seu tempo na Europa ou voltaram por não alcançar sucesso. Contra o Atlético não tem sabotagem e mesmo assim perderam o título de 2013 pela “sorte” que teve o Fluminense.
    Realmente, só temos o Valdívia como jogador acima da média nacional, mas a maioria não tem nenhum. A grande questão é que somente o Palmeiras é visto como limitado pelos críticos. A diferença é que nós ajudamos essa situação ao insistir nas brigas políticas internas, no fogo amigo, na baixa autoestima, na péssima representação junto à CBF e a própria imprensa. Por tudo o que vivemos é que precisamos comer grama para voltar a ser o Palmeiras gigante, mesmo atuando dentro do limitado futebol brasileiro, uma terra de cegos onde quem tem um olho é rei.

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