MUITO ALÉM DO JARDIM

RAÇA, APLICAÇÃO TÁTICA E, SOBRETUDO, UNIÃO PODERÃO LEVAR PALMEIRAS MAIS LONGE DO QUE NÓS MESMOS ESPERAMOS.

Em 1979, o mundo foi premiado com um dos filmes mais maravilhosos que o cinema produziu em todos os tempos, “Muito Além do Jardim”. Nele, o genial Peter Sellers interpreta um homem extremamente ingênuo que nunca saíra da casa onde nascera até que seu patrão morre e ele é obrigado a conhecer o mundo. Mesmo sem ter muitos talentos, encanta a todos que cruzam o seu caminho pela humildade e pela simplicidade, e por pouco, muito pouco, não chega à presidência dos Estados Unidos.

Lembrei-me desta obra prima ao ver as mais recentes apresentações do Palmeiras. Como todos vocês sabem, ainda que profunda e incondicionalmente apaixonado pelo verde e pelo branco, procuro sempre manter a frieza no momento de analisar tudo o que envolve o nosso clube. Isso é algo natural em mim, já que há quase 25 anos escrevo profissionalmente todos os dias. Daí que o que vou dizer agora pode até surpreender a todos, dadas as mais recentes posições que adotei: talvez tenhamos um 2013 melhor do que nós mesmos esperamos.

Sellers: inesquecível no papel de “Chance” em “Muito Além do Jardim”

Não estou, claro, me deixando levar pelos sete jogos sem derrota e nem mesmo pelo bom futebol que temos apresentado nas últimas partidas do Paulistão e da Libertadores. Passar sete partidas invicto é algo que aconteceu “n” vezes em nossa história, e alguns dos adversários que enfrentamos não são, assim, uma Brastemp. O que tem me chamado a atenção são outras três qualidades que o Verdão vem mostrando neste começo de temporada: raça, aplicação tática e, principalmente, união.

Justamente por torcemos pelo clube que torcemos, estamos acostumados a craques, a jogadores que desequilibram em quase todos os lances. Mas, com exceção de Valdivia que, como sabemos, joga apenas de vez em quando, não há em nosso atual elenco nenhum outro que se encaixe nas descrições acima. Mesmo assim, os resultados e, sobretudo, o futebol apresentado pelos jogadores têm nos agradado.

Por quê? O motivo, prezado amigo que ora me honra com sua leitura, é simples mas, paradoxalmente, também complexo: cientes de suas limitações e ainda órfãos após as saídas de Marcos Assunção e Barcos, nossos atletas se conscientizaram de que somente alcançarão o sucesso dedicando-se ao extremo, correndo um pelo outro, seguindo à risca o esquema tático que fortalece a marcação (sem, no entanto, abrir mão do ataque) adotado por Gílson Kleina e, sobretudo, fazendo da união a marca principal do grupo. Pois eu já vários times limitados serem campeões, mas jamais vi um time totalmente desunido levantar uma taça.

De repente, prezado palmeirense, o Verdão pode surpreender a todos, inclusive a nós e a ele mesmo, e protagonizar neste ano o seu próprio “Muito Além do Jardim”.  

19 Responses to MUITO ALÉM DO JARDIM

  1. Antonio o Verdão

    Oi Márcio, ultimamente ando com esta mesma sensação,esta sensação de que o time tem mais raça e se entrega mais pelo clube. Pois não só exclisivamente mas também pelo nosso meio campo que não só participa dos ataques atrves de bola para, mas tambem nas tabelas nas armações, Márcio Araujo e Souza estão mudando este panorama, clro que o Kleina deve estar por tras disto.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Verdão.

      Sem dúvida: o posicionamento tático do time, que marca forte, sem dúvida, mas não deixa de buscar o gol, é visível.

      Com o ex-treinador, nossas jogadas ofensivas se limitavam às bolas paradas de Assunção. Com Muricy, era ainda pior: a ligação era direta, sem passar a bola pelo meio-campo.

      Os dois exemplos acima são provas de que Kleina, embora ainda inexperiente, poderá se tornar “top” dentro de algum tempo.

      Abs.

  2. Ola marcio como vai? nosso palmeiras esta melhorando muito creio que em curto tempo estaremos bem para lutarmos pelos titulos,tendo um atacante referencia vamos longe nestas competiçoes e rumo a seria A, ainda vem mais contrataçoes pois essa diretoria tem visao de AGUIA enxerga longe e por cima vamos verdaoooooooo!

    • Márcio Trevisan

      Jobson, salve.

      O tal do atacante-referência já tinha chegado. Mas hoje, graças à diretoria que, como vc disse, tem visão de “águia”, joga pelo Grêmio/RS.

      Abs.

  3. Para mim o Palmeiras está mais para Rocky Balboa. Todo mundo chega achando que vai nos arrebentar fácil e no final da luta somos nós que estamos em pé.

  4. Vi este filme, muito bom!

    Se passarmos de fase, a disputa ficará aberta. Pois no mata-mata, ao contrário dos pontos corridos, não há necessidade de um elenco tão qualificado e numeroso. Basta muita aplicação tática, união e sorte.
    Temos tudo para ir bem longe!

    Torcedor é igual a mulher de malandro, basta um agrado para esquecer as pancadas recebidas…

  5. Olá, Márcio. Na infância, vivi a época da segunda academia, de Ademir e Dudu e posteriormente a era Parlamat. O Palmeiras ganhava quase todas e já entrava como um dos três favoritos. Acho que este time tem muito a crescer e quem sabe nos faça resgatar o espírito e o orgulho, pois todos os joagadores tem mostrado disposição e vontade de vencer. Na minha opinião, ainda falta um matador e um lateral esquerdo, pelo menos.Avante, Palestra, queremos o lugar que é nosso !

    • Márcio Trevisan

      Paulo, boa tarde.

      Não quero desanimá-lo, mas “Academia” e “Parmalat” jamais voltarão a existir.

      Seremos, claro, campeões vez ou outra, mas dominar o futebol brasileiro, como já o fizemos várias vezes, não acredito.

      Abs.

  6. Edman Izipetto

    Oi Marcio, um pouco de otimismo não faz mal a ninguém e, afinal, a esperança é verde. Eu vejo um futuro melhor, mas a curto prazo espero os três próximos jogos (dois da Libertadores e o clássico com “elas”) para começar a estocar os rojões.

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