CAP. 40 – A PRIMEIRA PEDRA

Divergência entre conselheiros quase impede construção do novo estádio em terreno que já nos pertencia.

Desde que adquirira à Companhia Antarctica Paulista toda a área do chamado Parque Antarctica, a diretoria do Palestra Itália tinha um sonho: construir no local o mais moderno e seguro estádio de futebol do País. Claro que lá já existia, havia muito, o campo onde nossa equipe mandava suas partidas, mas ele era apenas isso: um campo, e nem de longe correspondia aos ideais de grandeza que nosso clube carregava desde seu nascimento.

Porém, unanimidade entre italianos é algo quase impossível. Daí que, dentro do clube, existiam duas correntes: uma insistia para que o campo fosse reformado e no mesmo local construído o estádio; outra, também bastante numerosa, desejava que na Água Branca ficassem apenas as partes social e administrativa, cabendo ao clube, desta forma, escolher outra região da Cidade para construir o seu estádio.

Entrada do Parque Antarctica em 1920

No fim dos anos 20, vale lembrar que São Paulo, embora já uma cidade grande, não era nem de longe a megalópole que hoje conhecemos. Uma boa prova disso foram as palavras ditas pelo conselheiro Ângelo Cristóforo, em reunião ocorrida no dia 4 de setembro de 1928. “Peço a todos os membros deste Conselho Deliberativo que abandonem a ideia de transferir o Palestra para as longínquas margens do Tietê ou às matas do Pacaembu, e tratem de construir o estádio na propriedade atual de Parque Antarctica”.

A distância de tais locais, que hoje fazem parte do Centro Expandido do Município mas que na época eram mesmo verdadeiras periferias, talvez tenha sido um dos principais motivos que levaram a direção do clube, enfim, a optar pela construção do novo estádio no mesmo local onde já existia o gramado. Outra razão, claro, foi financeira: escolhendo o Parque Antarctica para ser nossa casa definitiva, se economizou uma boa quantia em dinheiro, pois não foi preciso adquirir outra área.

Desta forma, foi lançada em 10 de março de 1929 a pedra fundamental do nosso campo, cujo nome oficial seria mantido: Estádio do Parque Antarctica. Naquele dia, logo em seguida à solenidade, uma partida amistosa com o Botafogo/RJ foi disputada mas, nesta, o Verdão não se deu bem e foi derrotado por 3 a 2.

Obras à parte, o time caminhou de forma apenas regular no Paulistão daquele ano, terminando-o em terceiro lugar. Devido ao surgimento do Campeonato Brasileiro de Seleções Regionais, o torneio paulista foi disputado em turno único, o que evidentemente atrapalhou a vida palestrina. A nos compensar, apenas, o título ganho pela equipe bandeirante, que tinha em seu onze titular dois alviverdes: o médio central Gogliardo e o ponta-direita Ministrinho.

Obs.: Crédito foto capa site Palestrinos.

3 Responses to CAP. 40 – A PRIMEIRA PEDRA

  1. Poxa Trevisan! se isso for verdade vai ficar demais nosso Novo Palestra… abraços

  2. Sei que a Arena vai ser um estádio muito bonito, mas sinto falta do velho e aconchegante Parque Antárctica. Aquela sensação de entrar no estádio e ver o campo suspenso era demais.

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