CAP. 30: ABANDONANDO O BARCO. MAIS UMA VEZ.

Feroz disputa política com a APEA faz o Palestra Itália abandonar o Campeonato Paulista de 1924 logo no começo.

Tudo que começa torto dificilmente se endireita, e no futebol não é diferente. Uma boa prova disso foi o que se passou com o Palestra Itália em 1924.

De cara, a grande contratação do ano não pôde ser utilizada em jogos oficiais. Amílcar, ídolo corintiano, havia sido convencido a trocar o alvinegro pelo nosso alviverde, o qual aliás defendera, por empréstimo, na primeira partida da história do clube, em 1915. Ocorre que havia um artigo na lei de transferências que impedia um jogador de defender uma equipe caso tivesse atuado por outra na mesma temporada, e o novo palestrino de fato jogara uma partida oficial por sua antiga equipe, diante do Paulistano.

O fato de que o tal jogo se referia ao Campeonato Paulista de 1923 nada pesou para a APEA, que simplesmente proibiu o Palestra Itália de escalar Amílcar em jogos válidos pela edição seguinte. Frustrado, nosso time ainda deu azar de ser derrotado nos dois primeiros compromissos do Paulistão/24. E perder, de cara, quatro pontos era praticamente fatal para as pretensões palestrinas que, claro, atingiam o título.

Na primeira derrota – 3 a 1 para o Paulistano -, alguns jogadores dos nossos jogadores causaram um grande tumulto e a entidade que organizava a competição decidiu suspender por uma partida quatro deles – o zagueiro Nigro, o médio-direito Bertolini, o médio-central Cassarini e o ponta-esquerda Valle. Estes não puderam atuar pelo Verdão no jogo seguinte, diante do pequeno Braz Athlético.

Desfalcado, o Palestra perdeu mais uma vez – 3 a 2 – e novamente aconteceu muita reclamação por parte dos atletas da nossa equipe. Visando por ordem na casa, a APEA novamente decidiu suspender mais um palestrino – o ponta-esquerda Gaetano Imparato.

Alegando que a ausência dos quatro titulares havia sido a razão da surpreendente e mais recente derrota e, também, inconformada com a suspensão de mais um jogador do time, a diretoria alviverde enviou ofício à entidade informando-a de que a equipe não compareceria ao jogo seguinte, contra o Santos. Mesmo com a ausência no clássico, a entidade ainda manteve aquele que seria o quarto compromisso do alviverde naquele Campeonato Paulista, diante do Sírio. Porém, provando estar mesmo rompido com os homens que dirigiam o futebol paulista, o Palestra mais uma vez não compareceu.

E assim permaneceu a agir nosso time, perdendo todas as partidas da competição por WO. No restante do ano, o time se limitou à disputa de amistosos e de torneios não oficiais. E, nestes, pôde enfim escalar Amílcar.

Este segundo abandono do Paulistão – o primeiro, como já contamos, se deu em 1918 – causou um enorme mal-estar entre o clube e a APEA, bem como com os adversários também. Por isso, a fim de dar um puxão de orelhas nos dirigentes da equipe da colônia italiana, a entidade resolveu fazer uma exigência para que o Palestra Itália pudesse participar do Campeonato Paulista de 1925.

Mas esta é uma história para o próximo encontro que tivermos em “Nossa História”.

Obs.: Esta seção será atualizada em 01/10/2011.

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