JORGE MENDONÇA: O PIPOQUEIRO GENIAL

Craque da fase pós-Academia respondia com vários gols e talento de sobra às injustas criticas que recebia.

“Eu devo tudo ao Palmeiras.”

A frase acima, dita certa vez pelo ex-meia Jorge Mendonça, resume todo o carinho que este craque sempre dedicou ao Verdão. Desde a década dos 70, quando passou a comandar o meio-campo alviverde logo após o fim da Segunda Academia, até a data da sua viagem final, ele sempre fez questão de deixar clara sua paixão pelo clube.

Revelado pelo Bangu/RJ, ele se destacou no começo dos anos 70 no Náutico/PE. Foi no Timbu que seu futebol clássico e de muitos gols chamou a atenção de vários clubes brasileiros, dentre eles o Verdão. Porém, a curiosidade é que ele só chegou ao Palestra Itália por acaso: o alvo da nossa diretoria era o outro meia da equipe pernambucana, Vasconcelos, que também foi contratado mas acabou não obtendo sucesso.

Apesar da dedicação profissional, um casamento errado conseguiu derrubar o velho ídolo. “Minha esposa fez muito mal para mim. Confiei nela e em algumas outras pessoas e perdi tudo o que ganhei com o futebol”, admitiu, certa vez. Jorge Mendonça passou por algumas necessidades no fim de sua vida, principalmente quando seus próprios familiares o abandonaram. Chegou, inclusive, a nem ter onde morar.

Dentre os momentos mais marcantes de sua carreira, o nosso inesquecível camisa 8 sempre relembrava o título do Paulistão de 1976. “Nunca vou me esquecer daquela batalha ganha contra o XV de Piracicaba e do gol que marquei e que garantiu a taça. Melhor do que aquilo só mesmo foi a vitória sobre o Corinthians, na entrega das faixas, quando fiz dois gols”, lembrava. Mesmo assim, foi em muitos momentos injustamente acusado de ser “pipoqueiro” por parte de nossa torcida por, segundo ela, evitar divididas mais ríspidas.

Jorge Mendonça na Copa-78: ele é o 3º agachado, entre Toninho Cerezo e Roberto Dinamite

O auge de sua carreira aconteceu em 1978, quando foi convocado e disputou a Copa do Mundo da Argentina, colocando ninguém menos do que Zico no banco de reservas. “Representar nosso País em um Mundial foi o maior orgulho da minha vida, muito embora o Brasil não tenha passado da terceira colocação”, contava. Fase ainda melhor viveria quatro anos mais tarde, já como jogador do Guarani/SP, mas uma briga com o então técnico Telê Santana impediu sua ida à Copa da Espanha.

Aliás, foi justamente o Bugre campineiro que mais o ajudou em seus últimos dias de vida, já que lhe ofereceu um emprego nas categorias de base.

Vítima de problemas cardíacos oriundos do alcoolismo, Jorge Mendonça faleceu no dia 17 de fevereiro de 2006, em Campinas/SP, deixando um enorme e eterno vazio no coração de todos os palmeirenses.


Ficha Técnica

Nome: Jorge Pinto Mendonça
Posição: Meia-direita
Data e Local de Nascimento: 06/06/1952, em Silva Jardim/RJ
Data de Local de Falecimento: 17/02/2006, em Campinas/SP
Estreia: 22/02/1976 – Francana/SP 0 x 1 Palmeiras
Despedida: 30/01/1980 – Palmeiras 0 x 1 Corinthians/SP
Jogos: 219
Gols: 101
Título Expressivo: Paulista/1976

Obs.: Esta seção será atualizada em 21/06/2011.

2 Responses to JORGE MENDONÇA: O PIPOQUEIRO GENIAL

  1. Antonio Verdão

    Fico muito triste com a morte de mais um ex-jogador do Verdão que falece, principalmente nas condições precárias que teve em seus ultimos dias de vida. È fato que a sua maioria gastam tudo com bebidas, farras e mulheres, e não pensam no futuro.
    Acho que a CBF poderia fazer um fundo de Previdencia ou uma casa de repouso, para os jogadores mais antigos em que se encontram em situações como a do Jorge Mendonça e do Waldemar, falecido em 2009. jogador do Palmeiras, flamengo e seleção, que morreu em uma situação de pena aqui na bahia.
    Claro que é dificil, mas quando quer fazer faz, e tomando cuidado para não aparecer pessoas se dizendo ex-jogador para se aproveitar. a Receita poderia vir de uma contribuição descontada do sálário dos atuais jogadores e de recursos do Ministerio dos Esportes.
    Só sugestão

    • Márcio Trevisan

      Olá, Verdão.

      Só corrigindo: o jogador que faleceu praticamente na miséria aí na Bahia se chamava Juvenal Amarijo, campeão mundial pelo Palmeiras em 1951. Eu o conheci pessoalmente há 10 anos, quando o clube organizou a festa do Jubileu de Ouro da conquista da Copa Rio.

      Obrigado e abraços.

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