CAP. 13: QUERO JOGAR !!!

A luta dos palestrinos para poderem participar do Paulistão continuava, mas estava muito longe do fim.

Nenhum palestrino, claro, gostou da decisão tomada pela APEA. Apesar de todas as dificuldades, tanto no aspecto financeiro quanto no esportivo, eles acreditavam que o clube recém-fundado já reunia condições de disputar o Campeonato Paulista. Mas não houve, mesmo, como dissuadir os dirigentes da entidade máxima do futebol paulista, e a solução foi esperar pelo adversário que eles escolheriam.

Evidentemente, a APEA não tinha pressa nenhuma em marcar o tal jogo no qual o Palestra Itália provaria ter ou não condições de ser aceito no torneio regional. Aproveitando-se de que a data da abertura do Campeonato Paulista de 1915 se aproximava, o órgão foi levando em banho-maria a questão e, apresentando uma desculpa aqui, outra explicação ali, conseguiu enrolar os palestrinos. O resultado disso foi que, quando tivemos a primeira rodada do Paulistão/1915, mais precisamente no dia 4 de abril, nossa equipe não entrou em campo.

Pois bem: o tempo ia passando e nada da APEA marcar o tal jogo-teste para o Palestra. O clube, desta forma, vivia apenas do que arrecadava nos bailes que promovia, valor que mal dava para as despesas. Para piorar, o contrato de aluguel da sede, que ficava na Rua Riachuelo, estava quase terminando e o clube não tinha como arcar com o novo valor exigido pelo proprietário do imóvel.


Foi quando apareceu o convite do Paulistano. Maior clube paulista da época e dono, também, da maior torcida, era um dos gigantes do futebol brasileiro de então. Ou seja: um adversário que poderia medir com exatidão a quantas andava o futebol palestrino. Assim, correram nossos dirigentes a fim de montar um time para a partida, que foi disputada no Campo do Velódromo em 29 de junho de 1915. Nossa equipe entrou em campo com a seguinte formação: Fornasari, Bonato e Bianco; Police, Sylvio Lagrecca (que fora o árbitro do jogo contra o Savóia) e Valle; Fabbi II, Ítalo, Fabbi, Ferré e Aldighieri.

De fato, foi o Paulistano um bom caminho para se mostrar a quantas andava o futebol palestrino. Ou melhor, a quantas não andava: perdemos feio, 4 a 1, e nosso único gol, marcado novamente por Bianco, foi através de um pênalti muito questionado.

Claro que o adversário que viria a ser escolhido pela APEA não seria o Paulistano e nem mesmo qualquer outra grande equipe, pois isso seria um despropósito. Obviamente, tanto o time do Jardim Europa quanto as outras equipes que disputavam o Paulistão estavam muito melhor preparadas. Contudo, ficava a dúvida: e o Palestra? Estaria preparado para o desafio que teria pela frente?

Em nosso próximo encontro, você vai perceber que o sonho palestrino em disputar o Campeonato Paulista rapidamente se transformou em pesadelo.

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Obs.: Esta seção será atualizada em 14/05/2011.

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