PANTERA: FERA NO NOME E NA FOME DE GOLS

Não tivesse sido contemporâneo de gênios como César Maluco e Tupãzinho, certamente Ademar Pantera teria feito muito mais gols e ganhado bem mais títulos pelo Palmeiras. Porém, disputando a posição ora com um, ora com outro, este sensacional centroavante acabou sendo prejudicado e, embora tenha marcado 82 vezes pelo nosso clube, não tem por parte de alguns o devido reconhecimento.

Ademar ganhou o apelido que o acompanhou durante toda a carreira ainda na Prudentina/SP, clube que o revelou, devido à impetuosidade com que sempre partiu em busca dos gols.

Se dentro de campo era mesmo uma fera, fora dele tratava-se de dócil pessoa, afeita a muitos amigos e também às noitadas. Por causa disso, foi emprestado ao Flamengo/RJ em 1967 e, assim, perdeu a chance de faturar o primeiro título do torneio Roberto Gomes Pedroza ganho pelo Verdão.

Mas nem tudo lhe foi ruim no Rio de Janeiro/RJ: afinal, tornou-se artilheiro daquela mesma competição ao lado do palmeirense César. Aliás, terminar um torneio na condição de seu máximo goleador era algo comum a Pantera: em 1965, esteve nesta condição ao marcar 14 gols no Torneio Rio-São Paulo, do qual foi também campeão.

Pouco depois, fraturou a perna durante um amistoso com o Botafogo/SP após se chocar com Baldocchi, que anos mais tarde se tornaria palmeirense, e ficou três meses afastado dos gramados.

Em abril de 1968, com César Maluco cada vez provando mais o seu valor e sua facilidade para ser artilheiro, Pantera foi negociado em definitivo com o Fluminense/RJ. Depois, jogou também no Coritiba/PR e no Uberaba/MG, mas nunca mais voltou a ser o mesmo de antes.

Após encerrar a carreira, Ademar tornou-se motorista de táxi em São Paulo/SP, porém aos poucos os primeiros sinais do Mal de Huntington, rara doença degenerativa nos músculos, começaram a aparecer. O grande comandante de ataque morreu com apenas 60 anos, pobre e quase esquecido numa casa simples de Pirituba, Zona Oeste de São Paulo/SP.

Ficha Técnica

Nome: Ademar Miranda Júnior
Data e Local de Nascimento: 31/10/1941, em São Paulo/SP
Data e Local de Falecimento: 30/11/2001, em São Paulo/SP
Posição: Centroavante
Estréia: 03/05/1964 – Palmeiras 3 x 4 Botafogo/RJ
Despedida: 10/04/1968 – Palmeiras 2 x 3 Portuguesa Desp./SP
Jogos: 133
Gols: 82
Títulos: Rio-São Paulo/65, Torn. IV Centenário Rio de Janeiro-RJ/65, Paulista/66, Torn. Intern. João Havelange/66

Obs.: Esta seção será atualizada em 22/02/2011.

One Response to PANTERA: FERA NO NOME E NA FOME DE GOLS

  1. Por acaso, buscando notícias do Palmeiras encontrei notícias de Ademar Pantera, um ídolo inesquecível que me muitas alegrias enquanto esteve no Palmeiras. Eu torcia muito por ele.O Saudoso Fiori Giglioti também. Fiori, vibrava como poucos, ao narrar os belos gols de Ademar Pantera.O tempo passou ele saiu de cena e um dia veio com os veteranos da Seleção Paulista fazer um amistoso em Douradina Paraná. E eu lá estava para fazer a narração do jogo para a Rádio Cultura de Umuarama.Fiz o jogo que terminou em vitória do time de Douradina por 2×1. Dois gols de Dedê, que morreria depois num terrível acidente de moto.Arlindo fez o gol dos veteranos paulistas. Pantera não fez gol, mas jogou muito bem e apesar do excesso de peso, ele mostrou um impulsão invejável aos atletas de hoje.Após o jogo fomos jantar na sede da empresa Móveis Gazin e lá pude ao lado do meu saudoso comentarista, Antonio Carlos Mazine,(um palmeirense doente), conversar muito e tomar algumas cervejas com o Ademar Pantera. Um cara simples, que me impressionou pelas sinceridades de suas palavras. Quando fiquei sabendo de sua morte fiquei muito triste e até hoje não o esqueci, pois o Palmeiras não teve até hoje um camisa 9 com a mesma raça, com o mesmo faro de gols e com a impulsão do Ademar Pantera,cujo nome só esquecerei quando partir daqui também. Ademar Pantera um ídolo que ainda está vivo na minha memória de muitos antigos palestrinos. Que DEUS o tenha. Carlos Rodrigues-Perobal Pr.

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