SERÁ O NOVO CASAL 20?

Dupla formada por Flaco e Vítor Roque brilha e leva Palmeiras às quartas da Libertadores

Meus amigos.

Entre 1979 e 1984, época em que TV a cabo, internet e streamings não existiam nem em sonho, um seriado norte-americano fazia um enorme sucesso em todas as residências do Brasil: Casal 20. Nele, um casal de milionários formado por Robert Wagner (um dos 10 mais ricos empresários do país) e Stefanie Powers (uma das 10 mais belas socialites locais) tinha como hobby combater crimes pelos quatro cantos do mundo.

Obviamente, não demorou muito para que a então muito criativa Imprensa Esportiva se apropriasse do nome do programa e começasse a definir dessa forma duplas de ataque que brilhavam pelos gramados do País. Destas, a que mais se destacou e que aliás entrou para a história do nosso futebol foi formada pelo ponta-de-lança Assis e pelo centroavante Washington, inesquecível para a torcida do Fluminense/RJ, clube que ambos defendiam na época.

Lembrei-me tanto da série quanto dos jogadores nesta noite, ao ver Flaco López e Vítor Roque começando, pela primeira vez, como titulares do Palmeiras. Ambos, sem dúvida alguma, foram os principais responsáveis pela goleada de 4 a 0 imposta sobre o frágil Universitário/PER, na capital peruana, e que na prática já garantiu a classificação do Verdão às quartas de final da Copa Libertadores (até porque, cá pra nós, é mais fácil este jornalista tornar-se corintiano do que perdermos por quatro gols de diferença na quinta-feira que vem, na Arena Palestra Itália).

Claro que a fragilidade do adversário, sobretudo no aspecto defensivo, facilitou demais a vida do nosso time, mas é inegável que a decisão de Abel Ferreira ao escalar ambos os centroavantes juntos foi positiva para os dois: Vítor Roque teve alguém mais próximo com quem trocar passes e lançamentos, e Flaco López, atuando um pouco mais atrás, como um ponta-de-lança de antigamente, jogou de frente para o gol e, assim, pôde não só criar jogadas ofensivas como também concluí-las com mais facilidade.

Sei que ainda é cedo para garantirmos que está de volta a dupla que tanto sucesso fez há quase 50 anos, mas se o portuga der mais algumas oportunidades a Flaco e Roque talvez tenha chegado a hora de também o Palmeiras, enfim, ter o seu Casal 20.

WEVERTON: SATISFATÓRIO
NOTA 5

Foi muito pouco exigido. Por isso, fez apenas uma boa defesa em todo jogo.

GIAY: RUIM
NOTA 4,5 

Não gostei. Foi totalmente ausente no ataque e permissivo ao excesso na marcação.

GUSTAVO GÓMEZ: BOM
NOTA 6

Defensivamente foi seguro, como quase sempre. Marcou nosso primeiro gol, mesmo cobrando mal o pênalti. 

MICAEL – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Começou hesitante, perdendo disputas individuais e num erro de marcação quase permitiu que os caras marcassem um gol. Depois melhorou consideravelmente.

PIQUEREZ: BOM
NOTA 6

Teve uns erros bobos, tantos nos passes como na marcação. Mas deu o brilhante lançamento para o gol de Vítor Roque.

EMI MARTÍNEZ: MUITO BOM
NOTA 6,5

Gostei bastante. Revezou com Evangelista na função de primeiro volante e, quando foi ao ataque, foi bastante útil, sobretudo nos chutes de fora da área.

LUCAS EVANGELISTA: REGULAR
NOTA 5

Mais uma vez teve de jogar como segundo volante de marcação, o que prejudica bastante seu futebol. Sacrificou-se pelo time.

FLACO LÓPEZ – EXCELENTE
NOTA 8

Atuando um pouco mais atrás, como um camisa 10 mais ofensivo. Além dos dois gols que marcou, ainda foi dele o passe que culminou com o pênalti sofrido por Vítor Roque. 

MAURÍCIO – REGULAR
NOTA 5

Jogou deslocado para a direita, onde não rendeu nada ofensivamente. Foi mais um auxiliar de Giay na marcação.

VÍTOR ROQUE: ÓTIMO
NOTA 7

Não tivesse perdido uma chance clara quando o placar ainda era 2 a 0 teria nova e avaliação ainda melhores. Mas fez um belo gol e deu a assistência final para Flaco marcar o primeiro dele na noite.

RAMÓN SOSA – RUIM
NOTA 4,5

Assim como acontecera no domingo, hoje foi mal outra vez. Perdido da ponta esquerda, foi figura nula e deveria ter saído antes.

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ABEL FERREIRA: MUITO BOM
NOTA 6,5

Nosso treinador merece méritos por ter dado uma oportunidade a Flaco López e Vítor Roque mostrarem se poderiam ou não jogar juntos. Como disse acima, é claro que o baixo nível técnico do oponente desta noite facilitou as coisas, mas isso não tira o mérito de que Abel teve a coragem de testar um novo esquema de jogo mesmo sendo um jogo válido pela fase eliminatória da mais importante competição continental.

Espero, apenas, que ele repita tal procedimento em outras oportunidades – senão em todos os jogos, ao menos naqueles em que seja necessário um maior poderio ofensivo do nosso time.

FACUNDO TORRES – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Entrou com bastante vontade de mostrar futebol e tentar recuperar a posição. Quase fez um golaço por cobertura.

ALLAN – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Não teve muito tempo para mostrar seu futebol, mas ainda assim protagonizou duas boas jogadas individuais. 

ANÍBAL MORENO – REGULAR
NOTA 5

Quando entrou, já com a vitória mais do que garantida, melhorou nossa marcação à frente da zaga.

FELIPE ÂNDERSON – BOM
NOTA 6

Este é o típico jogo que lhe favorece: adversário fraquíssimo, três pontos já conquistados e espaço de sobra para jogar. Daí ter ido bem, com boas jogadas individuais e bons passes também.

LUIGHI – REGULAR
NOTA 5

Ourto que jogou apenas 16 minutos e não teve tempo nem para brilhar e nem para atrapalhar.

  

IMAGENS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

5 Responses to SERÁ O NOVO CASAL 20?

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa sua crônica, esse que considero o melhor jogo do Palmeiras nesse ano, agora é torcer para manter regularidade.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Agradeço o elogio.

      Como eu disse no texto, é preciso levar em conta a fragilidade do adversário. Mas de fato jogamos muito, muito bem mesmo.

      Tomara que neste domingo, diante do Botafogo/RJ, repitamos o bom futebol e consigamos um bom resultado no Rio.

      Abs.

  2. Bom dia, Márcio.

    Assisti muito o casal 20, onde na época eu era um moleque com espinhas no rosto. Bons tempos…Depois de um breve devaneio, voltemos à realidade.

    Hora da corneta!

    Eu não posso dizer que fiquei plenamente animado. Como você mencionou em sua crônica, o adversário de ontem é fraquinho de dar dó, apesar de, se bem me lembro, ter vencido as 12 últimas partidas que disputou (meu Deus do céu, quem foram os adversários? Os cones do DETRAN-SP?).

    Se uma vitória com este mesmo esquema tático tivesse acontecido contra um time de ponta, eu daria muito mais créditos a Abel e aos jogadores, e nem precisava ser por 4 gols. Uma vitória simples já preencheria minhas expectativas.

    A verdade é que ainda estou com a eliminação da Copa do Brasil entalada na garganta e está muito difícil do meu organismo iniciar o processo digestivo. Preciso de mais alguns jogos para conseguir olhar para o Palmeiras com os mesmos olhos de antes.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      O problema de quando falo de músicas e filmes antigos é que acabo entregando minha idade. E o pior é que já caminho, a céleres passos, rumo aos 60 anos – rs…

      Mais do que o resultado e também do fato que o adversário era bem inferior, creio que o importante foi a intenção que o Palmeiras mostrou. E é bem como você falou: se repetirmos esta filosofia de jogo diante de times mais fortes, poderemos não golear, claro, mas pelo menos teremos mais chances de ganhar. O que não dá é pra aceitar um futebol burocrático e sem inspiração que vimos em muitos jogos neste ano.

      Quanto ao fato de o Universitário/PER estar invicto havia 12 jogos, o mais impressionante não é nem a mediocridade dos adversários que enfrentou pra conseguir tal feito. O que mais chama a atenção é como o River Plate/ARG, nosso mais do que provável adversário na próxima fase, ter ganhado em Lima/PER por apenas 1 a 0 e conseguido empatar por 1 a 1 em pleno Monumental de Nuñes.

      Abs.

  3. Classificação nota 99,9 (falta 0,01 %).
    Atuação do Palmeiras nota 8
    Professor Pardal esta terminantemente PROIBIDO de fazer novas invenções, tem que se concentrar 100 % nos jogos do Campeonato Brasileiro, acompanhar o jogo do River Plate contra o Libertad e mais NADA !
    Professor Pardal abandone imediatamente o seu laboratório onde você tem o costume de criar os seus Franskestain. !
    Abçs

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