QUE SIRVA DE LIÇÃO!

Noite desastrosa de Abel e apatia do time quase eliminam Palmeiras da Copa do Mundo

Meus amigos.

Sempre me orgulhei da minha memória quando o tema a ser relembrado se refere a futebol. Porém, talvez porque a chamada “melhor idade” já começa a dar as caras, percebo que as lembranças nem sempre surgem com a facilidade de antes.

Por exemplo: desde que começou a partida desta noite, contra o Inter Miami/EUA, tento me lembrar de um jogo em que o Palmeiras tenha atuado tão mal quanto hoje. Nosso primeiro tempo foi digno de um filme de terror, e até os 25 da etapa final não melhoramos grande coisa. Somente após termos conseguido o primeiro gol é que, de fato, começamos a apresentar algo mais ou menos parecido com futebol, mas que mesmo assim foi suficiente para que, pelo menos, não pagássemos o mico que seria perder para um time do Estados Unidos.

Os motivos que originaram tal situação estão explicados mais abaixo, na análise do trabalho de Abel Ferreira à beira do gramado. Assim, o que importa é que nossos jogadores e nosso treinador tenham aprendido a lição que o susto que todos levamos fez surgir. Os erros e a apatia como os vistos nesta segunda-feira, se repetidos, nos serão fatais no próximo sábado, quando enfrentaremos o Botafogo/RJ pelas oitavas de final desta Copa do Mundo de Clubes.

Este encontro será, podem ter certeza, extremamente equilibrado, e para lhes ser sincero não creio que haja nem mesmo um mínimo favoritismo para nós e nem para eles. E é exatamente por isso que não podemos errar, seja tática ou tecnicamente – ao contrário: se quisermos aparecer entre os oito melhores times do planeta teremos é de acertar, senão tudo, ao menos muito.

Porque ser eliminado por um grande clube europeu, vá lá, mas perder para uma equipe brasileira, ainda que com qualidade semelhante à nossa, não pode acontecer.

E não acontecerá.

OBS.: AS FOTOS DA CAPA QUE ILUSTRAM ESTA CRÔNICA PÓS-JOGO SÃO MERAMENTE ILUSTRATIVAS. ESTE SITE JAMAIS INSERIRÁ IMAGENS DO PALMEIRAS QUANDO A CAMISA QUE O TIME VESTIR NÃO SEJA, TOTALMENTE OU AO MENOS EM SUA MAIOR PARTE, VERDE OU BRANCA.

WEVERTON: REGULAR
NOTA 5

Apenas duas bolas foram à sua meta, e ambas entraram. Mas ele nada poderia fazer para impedir.

MARCOS ROCHA: REGULAR
NOTA 5 

Defensivamente deu muitos espaços. Ofensivamente apareceu muito pouco, acertando apena sum lançamento.

GUSTAVO GÓMEZ: BOM
NOTA 6

Foi o melhor da nossa defesa, tentando ocupar os inúmeros espaços que havia à frente da zaga. E também tentou ajudar no ataque.

MURILO: SEM AVALIAÇÃO
SEM NOTA

Jogou apenas 14 minutos, sem tempo para ser avaliado.

PIQUEREZ: SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Foi mal demais na marcação, mas compensou aparecendo bem no apoio, sobretudo na etapa final. Participou diretamente do segundo gol.

LUCAS EVANGELISTA: RUIM
NOTA 4,5

Nada bem. Deveria ter sido um dos meio-campistas a ajudar na marcação, e não o fez. Para piorar, foi um dos responsáveis pelo segundo gol que levamos, pois não conseguiu parar Messi.

RICHARD RÍOS: BOM
NOTA 6

Mesmo sem ter uma grande atuação, foi muito útil quando se dispôs a jogar pelo time como único volante de marcação, a partir dos 22 da etapa final.

RAPHAEL VEIGA: MUITO RUIM
NOTA 4

Horroroso. Vive péssima fase, talvez a pior desde que chegou ao Palmeiras, e não consegue se destacar nem mesmo nas bolas paradas.  

 

ESTÊVÃO: RUIM
NOTA 4,5

Acontece com ele exatamente o mesmo que aconteceu com Endrick: manteve o ótimo futebol mesmo após ser negociado, mas à medida que a data de apresentação em seu novo clube se aproxima vai caindo de desempenho. Hoje, só acertou um cruzamento..

FLACO LÓPEZ: REGULAR
NOTA 5

Lutou muito, mas como a bola quase nunca lhe chegou  acabou não concluindo uma única vez com perigo.

FACUNDO TORRES: SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Teve duas chances para marcar: na primeira a sorte não lhe sorriu, pois a bola raspou a traves esquerda; na segunda, foi travado na hora exata em que chutou. 

ABEL FERREIRA: REGULAR
NOTA 5 

Nosso treinador escapou por pouco, mas por muito pouco, mesmo, de receber nota e avaliação infinitamente piores do que estas que aparecem acima. Afinal, hoje ele errou tanto, mas tanto, que somente devido aos deuses do futebol não passamos uma grande vergonha – perder um jogo para um time de futebol norte-americano.

O principal erro de Abel Ferreira foi tático. Se você não tem Aníbal Moreno, seu principal marcador no meio-campo, então o óbvio é que você escale Emi Martínez, o reserva imediato da posição, certo? Mas, não: em mais uma de suas noites de Professor Pardal (que há tempos não apareciam, é verdade), ele resolveu escalar dois volantes de armação – Lucas Evangelista e Richard Ríos – e um meia de ligação – Raphael Veiga – no setor. Tal burrice deu ao Inter Miami/EUA todo o espaço do mundo para jogar, e prova disso foi o primeiro gol dos caras: perdemos a bola no ataque e não havia ninguém para marcar. O próprio gajo admitiu tamanha imbecilidade na coletiva que concedeu após o encontro.

Tal pisada na bola ganha ainda mais gravidade quando, no time adversário, existe um jogador chamado Lionel Messi. Diga-me com sinceridade, prezado palmeirense: qual técnico de futebol deste mundo de meu Deus, estando em sã consciência, não designa no mínimo um excelente cão-de-guarda para marcar aquele que, com certeza, está entre os melhores jogadores de futebol de todos os tempos? Pois é: o nosso técnico teve a grande sacada de achar que o argentino não merecia, assim, tanta atenção. E quase deu no que não poderia dar.

Mas se o portuga foi tão mal assim, porque ainda “passou raspando” desta vez. Por duas razões: a primeira é que, mesmo um tanto quanto tarde, admitiu a m…. que havia feito e transformou Ríos em cabeça-de-área a partir dos 22 do segundo tempo. Tal ação, aliada a substituições que tornaram o Verdão muito mais ofensivo (e aí está a segunda causa), foi fundamental para que pelo menos empatássemos e, assim, terminássemos a fase de classificação como líderes do nosso grupo.

Que esta tenha sido a pior atuação de Abel Ferreira nesta Copa do Mundo de Clubes pois, como agora nosso próximo adversário é um velho conhecido, temos pelo menos 50% de chances de irmos um pouquinho mais além no torneio. E, para tanto, precisaremos de um treinador que não erre tanto.

Será pedir muito, professor?

  

MAURÍCIO – MUITO BOM
NOTA 6,5

Parece ter uma certa estrela, pois mesmo quando não entra muito bem acaba se destacando por marcar um gol. O que fez hoje evitou nossa derrota.

BRUNO FUCHS – RUIM
NOTA 4,5

Pareceu muito nervoso, talvez pelo tamanho da competição. Entrou disperso, errando passes e coberturas e ainda foi o principal responsável pelo segundo gol dos caras, já que foi facilmente driblado por Suárez.

ALLAN – MUITO BOM
NOTA 6,5

Entrou numa fria, meio que improvisado na ala direita e tendo a obrigação tanto de apoiar quanto de marcar. E ainda por cima deu o brilhante passe para Paulinho marcar nosso primeiro gol.

PAULINHO – ÓTIMO
NOTA 7

O melhor do Verdão. Saiu do banco para impedir que passássemos a vergonha de perder para um time norte-americano. Além de ter feito o primeiro gol, no segundo evitou que a bola saísse pela linha lateral, tocou e recebeu de Piquerez e cruzou para o meio da área, onde a bola sobrou para Maurício empatar o jogo.

VÍTOR ROQUE – REGULAR
NOTA 5

Teve tempo para tornar o time mais ofensivo, ainda que deslocado à ponta-esquerda. Mas não ajudou muito e ainda poderia ter feito o gol da nossa virada já nos acréscimos, mas chutou apenas colocado e facilitou a defesa do goleiro.

IMAGENS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

4 Responses to QUE SIRVA DE LIÇÃO!

  1. Concordo 100 % com a sua análise Msrcio
    Pra mim nada é novidade !
    Nunca poderemos esquecer que o Professor Pardal
    já teve a coragem de colocar em campo contra o Chelsea num mundial o Atuesta e o Jailson e mandar o Endrick pra ser o Pateta na Disney.
    Abçs.

  2. Bom dia, Márcio.

    O Palmeiras achou que ia ganhar fácil e o Inter Miami achou que o jogo já estava ganho. O resultado foi um empate com sabor de vitória para o Palmeiras e de derrota para o Inter Miami.

    É impressionante como Abel teve a capacidade de desfigurar a equipe para o jogo de ontem. A nossa sorte foi que jogamos contra uma equipe de pouca expressão, pois se fosse contra um clube de ponta da Europa teríamos sido o Auckland City das Américas.

    O Suárez com 38 anos e os dois joelhos estourados consegue ser mais eficiente do que FL e VR juntos. A apatia deste último chega a ser surpreendente. Posso estar enganado, mas as caras e o comportamento de VR enquanto estava em campo demonstraram a sua insatisfação por ter sido preterido por Abel na escalação inicial.

    Sabe por que seremos melhores no jogo contra o Botafogo/RJ? Porque pior não tem como ser, a menos que Abel consiga tirar da cartola um coelho que o torne ainda mais “criativo” do que foi.

    De qualquer forma, concordo com você: ser eliminado por um clube de ponta da Europa é aceitável. Ser eliminado por um clube brasileiro vai ser difícil engolir.

    Um abraço.

    Valter

  3. Bom dia
    Sou da opinião de que passando pelo Botafogo ninguém segura mais! Estamos com sorte de Campeão!!
    Eu acredito !
    Abraços.

  4. Marcos Alvim

    Trevisan amigo , duas cenas horripilantes , no intervalo o Estevão trocando a camisa com o Messi parecia um amador a idolatrar um Deus e no final do jogo ao invés do zAbel baixar a cabeça e ir para o vestiário seu primeiro ato foi quase pular no colo do Suárez e abraca lo muito…..o que é isto ? Que time é o Palmeiras ? O Que passa na cabeça do Abel ?? O respeito covarde de nossos jogadores ao Messi e ao Suarez explica o que ??

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