COM A CARA E A CORAGEM

Com personalidade, Palmeiras por pouco não vence na estreia da Copa do Mundo de Clubes

Meus amigos.

Sei que todos vocês ou, pelo menos, a maioria de vocês acredita que o Palmeiras mereceria uma sorte melhor na estreia da Copa do Mundo de Clubes. Afinal, as chances mais claras de gol (bola salva quase em cima da linha após chute de Ríos, bola na trave depois de cabeçada de Murilo, milagre do goleiro português em conclusão de Estêvão) foram nossas.

De fato. Contudo, se analisarmos friamente o que vimos em campo, veremos que o Porto/POR também teve suas oportunidades e, aliás, só não abriu o placar porque Weverton fez duas grandes defesas. Isso mostra que a leve superioridade que tivemos apenas confirmou o que já se previa sobre esta partida: bastante equilíbrio entre duas equipes que estão mais ou menos no mesmo nível técnico.

Por isso, o que mais me chamou a atenção – e também o que mais gostei – foi a personalidade que o Verdão demonstrou. Mesmo tendo diante de si uma das mais importantes equipe europeias, que disputa quase que todos os os anos o principal campeonato de clubes do planeta (a Champions League), nossa equipe não se acovardou, não jogou defensivamente e não se apequenou. Ao contrário: talvez surpreendendo o time de Portugal, impôs seu estilo de jogo e partiu rumo à vitória, que só não veio por detalhes e também pela grande atuação do goleiro – aliás, reserva – do adversário.

Se seremos o primeiro ou o segundo do nosso grupo ainda é cedo para garantir. Mas se repetirmos a postura que tivemos hoje nas duas partidas que nos restam neta etapa, não acredito que ficaremos de fora da próxima fase, pois nossos dois próximos adversários nos são bastante inferiores em todos os sentidos.

E olha que um deles conta com um tal de Lionel Messi… 

WEVERTON: MUITO BOM
NOTA 6,5

Muito seguro, fez duas grandes defesas e impediu que começássemos a Copa do Mundo de clubes com uma derrota.

GIAY: RUIM
NOTA 4,5 

No primeiro tempo, levou um banho de quem apareceu pela esquerda do ataque do Porto/POR. Melhorou, mas apenas ujm pouquinho, na etapa final.

GUSTAVO GÓMEZ: MUITO BOM
NOTA 6,5

Muito bom pelo alto e também nas antecipações. Salvou um gol certo dos caras na etapa final.

MURILO: BOM
NOTA 6

O tal do Samu lhe deu um trabalho dos infernos, mas ele conseguiu impedir que o grandalhão centroavante do time português desse criasse maiores problemas, e quase fez o nosso gol, acertando a trave no segundo tempo.

PIQUEREZ: BOM
NOTA 6

Esteve bem tanto defensiva quanto ofensivamente.

ANÍBAL MORENO: MUITO BOM
NOTA 6,5

Começou titubeante, mas rapidamente ganhou confiança e, apesar de ter de marcar o craque adversário – Rodrigo Mora -, foi um dos destaques do Palmeiras.

RICHARD RÍOS: BOM
NOTA 6

Como sempre, ganha boas disputas, dá bons passes, mas erra lances em que demora para soltar a bola. Mas quase fez um gol, evitado pelo zagueiro quase em cima da linha.

FELIPE ÂNDERSON: RUIM
4,5

Não concordo, mas entendo sua escalação pelos motivos que explico abaixo na análise de Abel Ferreira. Como sempre foi de uma inutilidade total tanto na armação quanto nas jogadas ofensivas. 

 

ESTÊVÃO: BOM
NOTA 6

Longe de brilhar (como sempre acontece quando o adversário tem mais qualidade), ainda assim foi uma peça importante, mesmo jogando em uma posição na qual não gosto der vê-lo. Não deveria ter saído porque enquanto continuar no time será nosso mais decisivo jogador.

VÍTOR ROQUE: SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Luta muito, se desloca, procura o jogo constantemente. Mas como centroavante precisa concluir a gol (algo que não fez uma única vez hoje), caso contrário sua presença no time se torna dispensável.

MAURÍCIO: REGULAR
NOTA 5

Atuação bastante simplória. Não sabia ser era meia pela esquerda, se era ponta pela esquerda ou se era meia pela direita. 

ABEL FERREIRA: BOM
NOTA 6 

Nosso treinador tem lá as suas manias, aliás como todos os demais treinadores do mundo. E mesmo que não concorde com todas elas, por vezes as entendo. Por exemplo: por que diabos ele insiste tanto com Felipe Ânderson na ala direita? Se a resposta é porque era nesta posição que ele jogava – e bem – na Lazio/ITA, ela esta errada. No clube italiano, ele de fato atuava pelo setor direito, mas pela meia e pela ponta, e não como um assistente de marcação. Isso faz com que seu futebol (que no Palmeiras está muito, mas muito abaixo do que mostrava na Europa) caia muito e sua presença faça com que o nosso time atue com a menos.

Então, por que o portuga o escalou neste jogo? Porque, além das questões táticas, o adversário era um clube europeu, e se havia um jogador do Verdão que todos os atletas e o treinador adversários conheciam este era Felipe Ânderson, e este é um detalhe que pode, sim fazer diferença. O mesmo fez, há muitos anos, outro Felipe, o Scolari, que na final do Mundial de 1999, contra o Manchester United/ING, sacou Evair e colocou em seu lugar o colombiano Asprilla.

Um dos problemas que causa a presença de F. A. na equipe é que, por isso, Estêvão é deslocado para o meio. Não gosto disso. Neste setor, o garoto perde sua principal característica, que é de encarar diretamente os seus marcadores (o famoso “um contra um”), entra na área e, então, cruzar ou finalizar. O resultado é que o futuro jogador do Chelsea/ING não consegue jogar seu melhor futebol e, com isso, o Palmeiras também não joga o que pode. Mesmo assim, sua saída aos 19 da etapa final foi uma decisão equivocada.

Mas Abel Ferreira também teve pontos positivos. O primeiro deles foi conseguir inserir na mente de nossos jogadores que deveríamos manter a nossa forma de jogar, de buscar a vitória durante todo o jogo. E isso, quando se tem pela frente um adversário de respeito, nem sempre é fácil de se conseguir. Outro ponto foi que, mesmo errando em relação a Estêvão, as alterações que promoveu visaram a tornar a equipe mais ofensiva, algo que todos puderam ver que, de fato, aconteceu.

RAPHAEL VEIGA – SATISFATÓRIO
NOTA 6

Entrou bem, jogando mais perto da área. Melhorou a equipe neste sentido.

ALLAN – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Foi mais um auxiliar de lateral-direito do que um atacante pela direita. Mas cumpriu à risca tal determinação.

FLACO LÓPEZ – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

A verdade é que após sua entrada o Palmeiras ficou mais ofensivo e levou mais perigo ao Porto/POR em 18 minutos do que Vítor Roque em 75.

PAULINHO – REGULAR
NOTA 5

Parece estar preso, sem grande mobilidade para fazer as suas conhecidas arrancadas rumo ao gol.

LUCAS EVANGELISTA – SEM AVALIAÇÃO
SEM NOTA

Jogou apenas 7 minutos, sem tempo para ser analisado.

IMAGENS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

2 Responses to COM A CARA E A CORAGEM

  1. Bom dia, Márcio.

    Que orgulho do Verdão nesta primeira partida. Como você bem pontuou, não nos acovardamos e nem nos apequenamos frente a um adversário que, bem ou mal, disputa uma das competições mais difíceis do mundo. Um jogo aberto, onde ambas as equipes jogaram para vencer e isso tornou o espetáculo ainda mais gostoso de assistir.

    Agora, precisamos falar de um assunto: se esse Felipe Ânderson tivesse a metade da força de vontade do Giay, ele seria um craque. Eu sinceramente começo a acreditar que este cidadão se arrependeu de ter vindo para o Palmeiras, não é possível. O cara consegue nos deixar irritados com tanta malevolência em campo, pelo amor de Deus!
    Se eu fosse o Abel, chegava para este cidadão e perguntava bem calmamente: qual é a sua, meu amigo? Tá a fim de jogar ou prefere ir embora?

    Outro que precisa mostrar a que veio é Paulinho. Esse rapaz corre com o freio de mão puxado e nada de bom sai dos pés do cara. Por isso, eu teria mantido o Estêvão em campo. Aproveitemos enquanto ele está conosco, porque Paulinho precisa evoluir, e muito, para substituir o moleque.

    Um abraço.

    Valter

  2. O Palmeiras jogou muito, muito, mas muito mais do que eu estava prevendo.
    Faltou o capricho no último passe e nas finalizações.
    Felipe Sleep Anderson é um caso perdido.
    Abçs

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