Da euforia inicial à triste constatação da realidade
Se o empate com o Mackenzie já havia sido motivo para muita festa, imagine então como se sentiram os palestrinos após a segunda partida daquele Paulistão. Afinal, com uma grande atuação de toda a equipe, vencemos o Ypiranga por 3 a 2, também no campo da Floresta, com gols de Bernardini, Gobatto e Severino Cestari.
Era mesmo inacreditável. Logo em seu primeiro Paulistão, bastaram apenas duas rodadas para o Palestra Itália se ver na liderança da competição, ao lado do Mackenzie, com somente um ponto perdido – naquela época, vale lembrar, a contagem era feita desta forma, e não por pontos ganhos, como acontece hoje.
Mas este começo arrasador do time dos italianos teve também seu lado ruim. Aliás, talvez tivesse sido melhor começarmos com menos força, pois assim teríamos evitado o “salto alto”. Isso porque nas quatro partidas seguintes vieram quatro derrotas consecutivas, o que rapidamente fez com que nossos dirigentes e torcedores de então, para usar uma expressão bastante atual mas que na época sequer existia, “caíssem na real”. E no restante do torneio, os resultados não foram muito melhores – nos sete jogos restantes, conseguimos um empate, duas vitórias – uma delas muito boa, sobre o Santos, por 4 a 2, no Floresta – e mais outras quatro derrotas.
A campanha final ficou bem abaixo das expectativas mais pessimistas: 13 partidas, três vitórias, dois empates e oito derrotas, 20 gols a favor e 27 contra. E ao perder nada menos do que 20 dos 26 pontos que disputou, terminou nossa equipe na sexta e penúltima colocação na tabela, à frente apenas da A. A. Palmeiras, curiosamente o campeão da edição de 1915 do Campeonato Paulista.
Estava evidente: muito ainda havia o que trabalhar, o que crescer. O fato de disputar o Campeonato Paulista foi fundamental para a equipe consolidar seu nome e aumentar significativamente o seu quadro social, já que muitos “oriundi” se deixaram levar pelo fanatismo e correram a se associar ao clube que os representava. Mas, no aspecto futebolístico, ficou provado que apenas engatinhávamos, e que muitos tombos ainda seriam necessários até que aprendêssemos a andar com nossas próprias pernas e, assim, pudéssemos dar nossos primeiros passos de forma segura.
Contudo, 1916 não foi um ano de todo perdido para o futebol do Palestra Itália. Numa partida amistosa contra o Guarani, em Campinas/SP, aliás o primeiro jogo da história entre as duas equipes, estreou com a nossa camisa Ettore Marcelino Dominguez, o Heitor, alguém de quem muito falaremos futuramente.
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