A decisão de pôr fim ao sonho de dezenas de italianos e “oriundis” era trágica, mas não ilógica.
Numa época em que para se jogar futebol tinha-se, obrigatoriamente, de se ser amador, não havia a preocupação em se pagar a jogadores para defenderem a camisa palestrina naquele que seria o primeiro jogo da história do clube recém-fundado. Mas para que se confeccionassem as tais camisas, era necessário algum dinheiro. Além disso, havia custos normais, como despesas com transportes, por exemplo.
Foi quando empresários da colônia, como André Matarazzo, Rodolfo Crespi, Giulio Pignatari e Menotti Falchi, por exemplo, uniram forças e saldos bancários para ajudar o Palestra Itália a entrar em campo.
O passo seguinte seria a escolha do adversário. Assim que tomaram conhecimento de que o clube que, até então, praticava o futebol apenas socialmente, num campo alugado no bairro da Vila Clementino, os também ítalo-brasileiros do Savoia, uma equipe de Votorantim/SP, fizeram o convite, o qual foi prontamente aceito. Mas… Como custear as despesas de uma, à época, longa viagem de cerca de 100 km?
A solução encontrada pelo então diretor financeiro, Tomazzo Mauri, foi vender por mil réis cada um dos 150 distintivos que o clube recebera gratuitamente de um apaixonado torcedor.
Com a venda dos símbolos aos sócios, obteve-se exatamente a metade do valor necessário para a compra das passagens de trem até a cidade do interior paulista. A outra metade foi adiantada, imagina-se com que apreensão, pelo caixa do próprio clube.
Faltava, então, o detalhe final e, sem dúvida, o mais importante: os jogadores. Um diretor conhecia um atleta, outro sócio conhecia mais dois, e assim o time foi se formando, mas sem que se obtivesse o número mínimo necessário.
Foi aí que algo muito curioso aconteceu: ao Corinthians foi solicitado o empréstimo de alguns atletas. Como nem em sonho imaginava-se a intensa rivalidade que surgiria entre ambos pouco tempo depois, o pedido foi aceito. Assim, entraram para a história palestrina os seguintes então corintianos: Fúlvio, Police, Bianco, Américo e Amílcar.
Tudo pronto, restava apenas a viagem, o jogo e, torcia-se, a vitória. E todos estes temas serão assunto da próxima vez em que nos encontrarmos em “Nossa História”.
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04/03/2025 at 14:24
Boa tarde caro Trevisan, muito boa a História pois nas dificuldades da época foi surgindo o Palestra e o grande Palmeiras.
Abraço.
05/03/2025 at 13:36
Olá, Alfano.
O que sofreram os primeiros palestrinos foi algo fora do comum.
Vc poderá comprovar isso todas as terças-feiras.
Abs.
04/03/2025 at 9:50
Bom dia.
Interessante acompanhar todas as dificuldades iniciais e ler, como na coluna “Que dia é hoje”, de hoje, que trás a informação da conquista do campeonato do ano anterior. Aliás, o Bicampeonato. Ou seja, depois de um começo difícil, dois títulos em menos de 10 anos!
Gostaria de fazer um pedido. Tem como você ir nos situando a respeito da data dos acontecimentos – mês e ano. Por exemplo: a organização do primeiro jogo ocorreu ainda em 1914 ou já estávamos em janeiro de 1915?
Abraço.
Forza Palmeiras. Rumo ao tetra.
05/03/2025 at 13:35
Olá, Marcelo.
Agradeço muito o seu contato e fico feliz por você gostar do nosso site.
Em relação à sua solicitação, todas as informações que tenho as compartilho com os leitores. Ocorre, porém, que fatos que aconteceram há mais de 100 anos nem sempre têm suas histórias plenamente confiáveis – aliás, em muitas vezes há discordâncias de datas, placares, locais de jogos e até mesmo de artilheiros de uma partida específica. E se eu não tenho certeza absoluta de uma informação, prefiro não a tornar pública.
Escreva sempre, ok?
Abs.