CAP. 100 – TEMPOS DE PLANTIO, NÃO DE COLHEITA

Após termos saído um pouco do campo clubístico e esportivo em nosso último encontro, quando contamos como e por que o periquito se tornou o símbolo oficial do Palmeiras, chegou a hora de retomarmos as rédeas da história e seguirmos adiante no relato de tudo o que aconteceu com o nosso amado Verdão. 

Se você se lembrar, verá que paramos nos anos 50, década que começou muito bem para o alviverde, com a conquista do título da Copa Rio, verdadeiramente o primeiro mundial interclubes, hoje chancelado pela Fifa. Porém, a partir de 1952, o Palmeiras entrou numa espécie de entressafra de taças, e as poucas que chegaram ao nosso salão, ainda que também queridas, não foram, assim, lá muito importantes. 

Contudo, nem sempre quando os frutos de um trabalho, por vezes até muito bom, não podem ser colhidos instantaneamente significa, necessariamente, que as sementes não tenham sido plantadas de maneira correta: às vezes, elas apenas demoram um pouco mais do que se esperava ou se previa para germinarem. Daí que a estrutura montada pelo Verdão a partir da metade da década dos 50 viria a ser fundamental para o fim daquele decênio e para todo o período seguinte, como se sabe um dos mais ricos da história do futebol palmeirense. Antes, porém, que a década dos 60, ou os chamados “Anos Rebeldes”, começassem, teve o Verdão uma prova de fogo em 1959. 

Já pensou se ele tivesse sido nosso?

Naquele ano, teve-se a certeza de que mais uma equipe, além do Trio-de-Ferro formado por Palmeiras, São Paulo e Corinthians, chegava para incomodar – e muito. A partir de então, não se dividiam as apostas sobre quem seria o campeão paulista apenas entre alviverdes, tricolores e alvinegros. Um outro time, todinho branco, passou a figurar na lista dos favoritos. Também, pudera: a vestir as alvas camisas do Santos estavam alguns dos maiores jogadores de todos os tempos e, entre eles, claro, um certo Édson Arantes do Nascimento. 

Então com apenas 17 anos, Pelé já mostrava toda a sua genialidade, já era até campeão do mundo. Por isso que o Campeonato Paulista daquele ano foi tão emocionante. Quem conseguiria parar aqueles que se tornariam os primeiros “Meninos da Vila?”. Ganha um doce quem apostou no Verdão. 

A missão, porém, foi das mais árduas dentre todas as que tivemos nestes mais de 102 anos de vida. A história do Paulistão/59, ou melhor, do Super Campeonato, como acabou sendo eternizado pela Imprensa, nós começaremos a relembrar em nosso próximo capítulo. 

 Até a semana que vem. 

ATENÇÃO: ESTA É UMA OBRA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL, SENDO PROIBIDA SUA DIVULGAÇÃO TOTAL OU MESMO PARCIAL SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR. OS INFRATORES SERÃO RESPONSABILIZADOS CRIMINALMENTE. 

 

Para ler os capítulos anteriores, clique aqui.

 

4 Responses to CAP. 100 – TEMPOS DE PLANTIO, NÃO DE COLHEITA

  1. Marcio porque a foto do Pelé com a camisa do Verdão?? Não entendi a postagem.

  2. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    MARCIO … qual a sua seleção de todos os tempos? Opa !!!! somente dentro do nosso amado verdão….rssss

  3. Marcio você sabe que eu acompanho TODAS as ótimas matérias que você sempre faz.
    Mas, a partir de 1959, você (mais do que todos os historiadores do Palmeiras) tem o conhecimento que vai entrar na fase de OURO do nosso amado time, que compreende os anos dourados da década de 60 e metade dos anos 70.
    Por coincidência os anos 60 marcaram o meu inicio de acompanhar os jogos do Palmeiras, em campo, pelo radio e tv.
    O que foi mais espetacular nos anos 60 e metade dos anos 70?
    - A quantidade avassaladora de títulos conquistados, ou
    - A montagem de times maravilhosos, que ate hoje são cantados em versos e prosa por nos palmeirenses, ou
    - Nesse período simplesmente terem vestido a nossa sagrada camisa jogadores da ESTATURA moral e técnica de Djalma Santos, Luiz Pereira, Dudu, Ademir da Guia, e Julinho (5 craques maravilhosos), que ao lado de outras 6 lendas, Oberdan, Valdemar Fiune, Geraldo Scoto, Jair Rosa Pinto, Heitor e Rodrigues Tatu foram escolhidos pelo voto dos historiadores do Palmeiras como os 11 melhores de todos os tempos, ou
    - Por nos anos 60 e 70 não permitirmos juntos com o maravilhoso time do Santos que os marginais sem numero não ganhassem absolutamente NADA enquanto Pelé e Ademir da Guia desfilassem sua monumental categoria em campo, ou
    - Por enfrentarmos e vencermos os gigantes Barcelona e Real Madri, em torneios, onde os times espanhóis contavam no seu elenco inclusive com astros da magnitude dos holandeses que revolucionaram o futebol em 1974 com o carrossel holandês.
    O que é mais maravilhoso nesse período?
    C A P R I C H A !

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      Muito difícil esta sua pergunta, mas vou ficar com a do elenco.

      E por um motivo simples: se vc reparar, 6 dos 11 melhores jogadores da história do Palmeiras atuaram ou nos 60 (Djalma Santos, Geraldo Scotto e Julinho Botelho), no anos 70 (Luís Pereira) ou, então, em ambos (Dudu e Ademir da Guia).

      Abse muito obrigado pelo elogio.

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