CAP. 66: OG MOREIRA, O HOMEM QUE QUEBROU UM TABU

Já tivemos a oportunidade de dizer, em capítulos passados, que a história de um clube está intimamente ligada à de seus jogadores. Desta forma, já falamos de craques como Ettore Marcelino, o Heitor, artilheiro-mor da história verde e branca até hoje, com mais de 300 gols.

Og Moreira

Desta vez, abriremos espaço para outro jogador que também entrou para a história palmeirense. Mesmo sem ter a mesma técnica ou o faro de gol do inesquecível centroavante, o protagonista deste capítulo também desfilou seu talento, que não era pequeno, pelos nossos gramados. Mas não é apenas e nem principalmente por isso que ele aparece agora em nosso site. Na verdade, o jogador em questão ganhou notoriedade devido a um fato pitoresco: foi o primeiro negro a vestir a camisa verde e branca. Já ficou bem claro, agora, que falamos de Og Moreira.

Antes, porém, que as más línguas repitam agora o que outras diziam há seis ou sete décadas, é bom deixar bem claro que de racista o Palestra/Palmeiras nunca teve nada. Ocorre que, no passado, o futebol não era um esporte popular, tanto que em seus primeiros anos de vida no Brasil apenas os jovens pertencentes a famílias mais abastadas o praticavam. Só a partir dos anos 40 é que o futebol ganhou, de fato, uma atenção redobrada e passou a mexer de verdade com a emoção do brasileiro, independentemente de sua classe socioeconômica.

Desta forma, não é de se estranhar que o primeiro negro a jogar pelo Verdão só o tenha feito em 1942, 28 anos após a fundação do clube. Mas não há como negar, claro, que Og Moreira quebrou um tabu. E, também, que quando chegou ao clube provocou um torcer de narizes nos mais arraigados, aqueles que não queriam ver um negro com a camisa verde mais em razão da tradição do que por puro racismo. Contudo, um jogador prova o seu valor dentro de campo, e nele este médio (posição que hoje equivaleria à de volante) foi senhor absoluto.

Arturo Toscanini

Só para se ter uma ideia do talento deste jogador, vale dizer que seu apelido após chegar ao Palmeiras foi “Toscaninho”, numa alusão ao grande maestro itialiano Arturo Toscanini. E Og Moreira foi, mesmo, um grande regente daquela orquestra alviverde, compondo ao lado de outros inesquecíveis craques uma sinfonia de vitórias durante todo o tempo em que esteve no Verdão – de 1942, como dissemos, até 1949.

Ao todo, nosso Toscaninho disputou 198 partidas pelo Verdão, marcou 27 gols e faturou os seguintes títulos: Paulista/42, Paulista/44, Taça Cidade de São Paulo/45, Taça Cidade de Belo Horizonte/45, Taça Cidade de São Paulo/46, Paulista/47, Honorário do Brasil/47.

Além de ser um dos maiores nomes do clube em todos os tempos, não se pode deixar de admitir que foi Og quem abriu as portas para a raça negra em nosso clube. Desta forma, foi também graças a ele que pudemos ter em nosso time craques como Djalma Santos, Djalma Dias, Luís Pereira, Edu, Nei, Jorge Mendonça, César Sampaio, Vágner Love, Gabriel Jesus e outros, muitos outros…

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