CAP. 60: TÍTULO PRA “ELES”, TAÇA PRA NÓS

É dever de todo historiador o apego fiel aos fatos, mesmo que estes, muitas vezes, não nos agradem. Um bom exemplo disso ocorreu em 1941, quando nosso maior rival deu um verdadeiro “passeio” no Campeonato Paulista. Só para se ter uma ideia, o Corinthians/SP venceu oito e empatou dois dos 10 jogos que disputou no primeiro turno, o que lhe valeu três pontos de vantagem sobre o segundo colocado, exatamente o Palestra Itália. 

No returno a campanha alvinegra foi praticamente idêntica, com o time conquistando o título – mais do que merecido, diga-se de passagem – com três rodadas de antecedência. Quanto à nossa equipe, um terceiro lugar foi o que lhe sobrou e, diante dos tropeços que sofremos, tivemos mesmo foi de lamber os beiços. 

A famosa “Taça dos Invictos”

Mas houve um detalhe bastante interessante e que merece ser relembrado. Das 19 partidas que havia disputado, o time do Parque São Jorge não havia perdido nenhum. Portanto, bastava a “eles” não perderem para nós na última rodada da competição e assim garantiriam a conquista de forma invicta. Além disso, o clássico tinha para ambas as equipes um outro sabor: a posse da Taça dos Invictos. 

Conforme já falamos nesta seção, mais especificamente no Capítulo 57 de “Nossa História”, ter em sal galeria o tradicional troféu instituído pelo extinto jornal “A Gazeta Esportiva” era motivo de orgulho para qualquer clube. Na oportunidade, ele estava com o Palestra Itália, que tinha permanecido 22 jogos sem perder no Campeonato Paulista, mesma marca atingida pelo Corinthians/SP. Ou seja: se não fossem derrotados na derradeira partida, “eles” ainda por cima nos roubariam o cobiçado prêmio. 

Daí que o jogo, que nada mais valia para nós em termos de classificação, ganhou um ar todo especial para os alviverdes. Afinal, se vencêssemos, carimbaríamos a faixa “deles”, impediríamos que a conquista estadual fosse obtida de forma invicta e, ainda por cima, manteríamos a Taça dos Invictos em nossa Sala de Troféus. Certamente foi por estas razões que nossa equipe jogou como se a vitória valesse um título mundial. Perfeito taticamente, o Palestra envolveu o time “deles” por completo e, com um gol em cada tempo, marcados por Echevarrietta e Capelozzi, venceu-o por 2 a 0. 

Ao final da partida, o gostinho de ter impedido a conquista corintiana de forma invicta e a manutenção do famoso troféu em nossa galeria valeram quase tanto quanto um título.

ATENÇÃO: ESTA É UMA OBRA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL, SENDO PROIBIDA SUA DIVULGAÇÃO TOTAL OU MESMO PARCIAL SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR. OS INFRATORES SERÃO RESPONSABILIZADOS CRIMINALMENTE.

 

Para ler os capítulos anteriores, clique aqui.

 

2 Responses to CAP. 60: TÍTULO PRA “ELES”, TAÇA PRA NÓS

  1. Roberto Alfano

    Muito boa, como sempre bem lembrada nesta verdadeira história do Palestra Itália, que sirva de exemplo ao Palmeiras de hoje, pois estamos precisando de ânimo novo.

    Abraço e boa Páscoa a você e a toda sua Família.

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