CAP. 58: O PACAEMBU SEMPRE FOI NOSSO. DESDE O PRIMEIRO JOGO.

Após muito esforço e também muito dinheiro empregados, eis que no início dos anos 40 o Brasil passou a contar com um estádio à altura da paixão que seu povo já nutria pelo futebol. Mesmo ainda a 18 anos daquele que seria o primeiro título mundial da nossa Seleção, os brasileiros já lotavam as dependências de quase todas as praças esportivas onde se disputavam as partidas.

Por isso, foi com muita festa que não só os paulistas, mas toda a Nação recebeu o Estádio do Pacaembu (o nome atual, Estádio Paulo Machado de Carvalho, só passou a ser adotado a partir de 1958). A magnífica construção comportava, em sua medição inicial, nada menos do que 70 mil pessoas, quase o dobro das 37.391 atuais.

Lance de Palestra Itália 6 x 2 Coritiba/PR, que inaugurou o Pacaembu

A fim de comemorar a inauguração, a prefeitura da Cidade de São Paulo/SP organizou um quadrangular para o qual convidou o campeão e o vice-campeão estaduais do ano anterior, respectivamente Corinthians e Palestra Itália, e mais Atlético/MG e Coritiba/PR. Por sorteio, coube à nossa equipe realizar a preliminar e, portanto, a partida inaugural, e quando a outra bolinha caiu, o time paranaense se tornou nosso adversário.

Mal começou a partida naquele inesquecível 27 de abril de 1940 e as redes do Pacaembu já se estufaram pela primeira vez: logo a 1 minuto, o ponta-direita Zequinha, do Coxa Branca, teve a honra de ser o primeiro atleta a marcar um gol no local e, por isso, até hoje é lembrado. Mas se ele soubesse o que aconteceria à sua equipe daí em diante…

O que se viu foi um show palestrino. Com uma equipe muito mais forte e, melhor ainda, contando com Echevarrietta em tarde inspiradíssima, o Palestra Itália sapecou uma goleada histórica:6 a2. Só o centroavante argentino marcou três gols, dois deles ainda na etapa inicial. Um detalhe curioso daquele encontro: na arbitragem esteve Heitor Marcelino Domingues, o grande e inesquecível Heitor, maior artilheiro da história palestrina/palmeirense que, após o fim de sua carreira esportiva, tornou-se um conceituado árbitro de futebol.

Mas algo ainda mais saboroso do que a goleada sobre o Coritiba/PR ainda estaria por vir. Com a vitória, garantimos nossa presença na finalíssima do Torneio Cidade de São Paulo, que aconteceria no domingo seguinte. A tentar nos impedir a conquista mais uma taça, aquele que melhor se saísse no jogo de fundo entre nossos maiores rivais e o Galo mineiro. Os paulistas venceram –2 a1 – e ficaram, pimpões, certos de mais um título em sua história.

       Agora, cá entre nós: vocês acham que eles conseguiram? Então, esperem pelo próximo capítulo de “Nossa História”.     

Confira a ficha técnica da histórica partida:

Competição: Torneio Cidade de São Paulo//1940 
Jogo: Palestra Itália 6 x 2 Coritiba/PR
Data: 28/04/1940 – Horário: 16h00
Local: Estádio Municipal do Pacaembu, em São Paulo/SP
Árbitro: Heitor Marcelino Domingues/SP
Gols: Zequinha a 1, Echevarrietta aos 6 e (de pênalti) aos 26 minutos do primeiro tempo. Luizinho Mesquita aos 11, Elyseo aos 18, Echevarrietta aos 22, Sandro aos 36 e Branco aos 42 da etapa final

Equipes

Gijo; Carneira e Begliomini; Carlos Mesquita, Sidney e Del Nero; Luizinho Mesquita, Sandro, Elyseo, Carioca e Echevarrietta.
Técnico: Caetano de Domenico.

Ary; Borges e Alpheu; Tonico, Areão e Warde; Zequinha, Pio, Rubens, Pivô e Saul (Branco). 

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