CAP. 52: PALESTRA DÁ À LUZ A LIGA

Nascido com o dom do pioneirismo e da liderança, o Palestra Itália escreveu uma das mais belas páginas de sua história no fim de 1934 e começo de 1935. Como já tivemos a oportunidade de relembrar nesta seção, havia uma cisão completa entre a Associação Paulista de Esportes Atléticos – APEA – e a Confederação Brasileira de Desportos – CBD – devido à adoção do profissionalismo: enquanto a entidade paulista não só a defendia como já a adotava, a entidade nacional lutava com todas as suas forças para que ela não vingasse. 

Rafael Parisi

Cada um dos órgãos usava as armas que tinha a fim de trazer para seus quadros as mais importantes equipes do País. Assim, a APEA organizou uma espécie de míni-Paulistão, batizado de Torneio dos Cinco Clubes, que contou, claro, com as presenças dos grandes paulistas: Palestra Itália, Corinthians, São Paulo da Floresta, Portuguesa Desp./SP e Santos. A CBD, por sua vez, utilizou-se do fato de, por ser a única reconhecida pela FIFA, ter a exclusividade na organização de jogos ou mesmo competições que contivessem a participação de equipes internacionais. 

Em meio a este verdadeiro fogo cruzado e envolto na mais pura guerra de interesses, o presidente do Palestra, Rafael Parisi, apoiado por sua diretoria, decidiu não mais se envolver nesta disputa e também criar uma nova entidade, totalmente independente da APEA e, ainda que subordinada à CBD, com liberdade suficiente para tomar suas próprias decisões e trilhar pelos caminhos que julgasse serem os mais corretos. Contando com o apoio do já arqui-inimigo Corinthians, nosso clube fundou a Liga Bandeirante de Futebol. 

Pedro Baldassari

No dia 11 de dezembro de 1934, o Palestra Itália fez publicar na Imprensa um longo comunicado, no qual explicava sua decisão de se desligar da APEA e também por que decidira criar a LBF. Dentre vários aspectos, destacava que “a entidade paulista pretendia apequenar-lhe o quadro social com a ilegal cobrança de ingressos para os sócios nos jogos do Torneio dos Cinco Clubes”, que “não conseguindo a pacificação geral, seu primeiro escopo, viu-se forçado a desistir por reconhecer que contra suas intenções se erguia uma trama apenas de interesses” e que, por fim, “nada mais lhe restava senão desligar-se e fundar a nova Liga”. Não por acaso, a Liga Bandeirante de Futebol – que mudou seu nome em fevereiro de 1935 para Liga Paulista de Futebol – teve como primeiro presidente um palestrino de quatro costados: Pedro Baldassari. 

Cumprindo o que prometera, a CBD promoveu uma temporada internacional naquele mesmo mês, trazendo para jogos no Rio de Janeiro/RJ eem São Paulo/SP as equipes argentinas do Boca Juniors e do River Plate. E pagou uma verdadeira fortuna por cada uma das partidas que estas duas equipes disputaram em solo nacional: nada menos do 40 contos de réis. 

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