CAP. 47: 1933 – COMO PODERÍAMOS ESQUECER?(PARTE I)

Contando hoje mais de 101 anos de vida, poucas vezes o Palmeiras viveu um ano tão feliz quanto em 1933. Duas históricas goleadas sobre o então já nosso maior rival, a inauguração do novo Estádio do Parque Antártica e a conquista de dois títulos no mesmo dia são fatos que, sem dúvida, se tornam inesquecíveis para todos nós. Daí ter decidido contar estas histórias em quatro deliciosas partes. Desta forma, poderemos saborear cada marcante episódio com a importância que ele merece.

Gabardo

Desde que o futebol aqui aportou, no fim do século 19, começou a rivalidade entre paulistas e cariocas. Por isso, alguns anos depois se disputou algumas vezes o que foi chamado de Título Honorário de Campeão do Brasil, o qual o Verdão venceu e já tivemos a oportunidade de recordar neste site.

Mas a rixa entre as duas unidades da federação foi, aos poucos, ganhando proporções inimagináveis, o que fez com que a CBD decidisse criar, em 1933, o Torneio Rio-São Paulo. Com o calendário apertado – sim, já naquela época este era um grande problema do futebol brasileiro -, a solução foi fazer com que os jogos que envolvessem os clubes paulistas valessem tanto pelo campeonato regional quanto pela nova competição. Um absurdo? Sem dúvida. Mas, então, até que se considerou boa a ideia. Hoje, claro, isso seria impossível, pois a Fifa jamais permitiria.

O fato é que a estreia do Palestra Itália no primeiro Rio-São Paulo da história, torneio do qual viria a se sagrar pentacampeão anos mais tarde, aconteceu justamente contra o seu então já maior rival. A partida foi disputada na casa adversária mas, mesmo assim, o alviverde não esboçou nenhum gesto de educação: com espetacular atuação de Romeu Pellicciari no primeiro tempo e de Gabardo na etapa final, aplicou históricos 5 a 1 em pleno Parque São Jorge e estreou com o pé mais do que direito no campeonato do qual viria a ser o maior campeão até sua extinção, em 2002.

Agora, cá entre nós: se o jogo terminou 5 a 1 para o Palestra e valeu por dois campeonatos, não seria justo considerarmos que, na verdade, vencemos por 10 a 2?

Deixando a brincadeira de lado, confira abaixo a ficha técnica da histórica goleada:

Competição: Torneio Rio-São Paulo/1933 e Campeonato Paulista/1933
Jogo: Corinthians/SP 1 x 5 Palestra Itália

Data: 07/05/1933 – Horário: 16h00
Local: Estádio Alfredo Schurig – Parque São Jorge, em São Paulo/SP
Árbitro: Virgílio Fredrigh/SP
Gols: Romeu Pellicciari aos 21 e aos 32 minutos do primeiro tempo. Gabardo aos 7, Carazzo aos 23, Gabardo aos 25 e Rato II aos 38 da etapa final.

Equipes

Rede; Jaú e Nascimento (Nicolau); Brito, Guimarães e Munhoz; Boulanger, Baianinho, Feitiço, Carlito e Rato II.
Técnico: Pedro Mazzulo.
Nascimento; Carnera e Junqueira; Adolpho, Tunga e Ventura Cambon (Garcia); Avelino, Gabardo, Romeu Pellicciari, Carazzo e Luiz Imparato.
Técnico: Humberto Cabelli.
 

Um outro detalhe importante daquela temporada foi a adoção oficial do profissionalismo no futebol brasileiro. Ele, claro, já existia de forma disfarçada, mas chegou o momento em que todos os que eram contrários à ideia tiveram de a ela se curvarem. Nosso clube, porém, não só apoiou a medida como se tornou, também, um dos que melhores salários pagou aos seus atletas – a média variava entre 3 e 4 contos de réis, uma fortuna para a época.

Em nosso próximo encontro, voltaremos a falar sobre as alegrias de 1933. E eu já mal posso esperar…

ATENÇÃO: ESTA É UMA OBRA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL, SENDO PROIBIDA SUA DIVULGAÇÃO TOTAL OU MESMO PARCIAL SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR. OS INFRATORES SERÃO RESPONSABILIZADOS CRIMINALMENTE.

 

Para ler os capítulos anteriores, clique aqui.

 

2 Responses to CAP. 47: 1933 – COMO PODERÍAMOS ESQUECER?(PARTE I)

  1. Roberto Alfano

    Bom dia caro Trevisan, parabéns por demonstrar a rica história do Palmeiras neste belo trabalho exercido neste site.

    Aproveito e desejo em Feliz Ano Novo a você e a toda sua Família.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Nossa história é o maior patrimônio do nosso clube. E o melhor: apesar de todos os muitos pesares, ela continua a crescer.

      Retribuo os votos e agradeço muito o constante acesso a este site e o carinho diário a este jornalista.

      Abraços.

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